quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Congresso Parte II

O segundo dia de congresso começou com uma palestra fantástica sobre Autismo e Sexualidade.
Quando se trata de autismo, existe muita polêmica acerca de sua vida sexual e principalmente sobre ter filhos.
Eles não possuem quaisquer problemas de procriação, têm desejos, ereção e tudo o que permeia a sexualidade. Porém, a questão está na idade emocional e no que tange à criação desse novo ser, uma vez que o autista via de regra têm dificuldades sociais e na maioria dos casos, uma mentalidade aquém da idade cronológica, onde uma idade não acompanha a outra.
Logo, sobre esse tema, fala-se muito em métodos de esterelização, pois põe-se em questão o fator "capacidade" de criar uma criança, e ainda o fator genético, uma vez que não se tem ainda evidências acerca da probabilidade de um autista ter também filhos autistas ou com outra deficiência.
Essa é uma ampla discussão, pois atinge não só o âmbito físico do autista e sua familia, mas também a sociedade, e os direitos do autista.
Cabe aos pais definir a vida sexual do filho por este ser autista?
Até que ponto realmente eles são "incapazes" de criar alguém? (tendo como ponto de partida que a grande maioria torna-se dependente dos pais por toda vida e/ou necessitam de cuidados e atenção SEMPRE), levando em conta que filhos nos transformam em vários sentidos (mesmo no caso do autismo  a questão do não olhar, não socializar ser uma característica inerente à sua vontade) e vários outros aspectos.
Foi uma rica discussão com pontos de vista interessantes que foram do direito à vida até à não obrigação dos pais de autistas criarem os netos e terem o direito de vetar esse "acidente".
Eu particularmente acredito que a orientação para defesa do mundo e o diálogo são os melhores caminhos. Evita-se "acidentes" e dependendo da formatação dessa nova família (se a esposa for capaz? se a esposa desejar muito ter esse filho?), não me sinto no direito de determinar da forma mais confortável que pareça pra mim.
Outro ponto importante que foi colocado, é que  sexualidade do autista deve ser descoberta, experimentada e praticada de N formas. O tabu é o pior companheiro nessa fase.
É importante evitar a clausura e não violentar os filhos com contratação de profissionais para "descarregar" suas energias.
A sexualidade pode ser trabalhada desde cedo tendo por base a confiança, acompanhada de respeito, compreensão, aprendizado, participação e AMOR.
A parte fonoaudiológica do congresso farei em breve com um post inteiro, pois é de extrema importância e com muito conteúdo em detalhes. E também, estou aguardando os slides para estruturar melhor o texto.
Por fim, de marcante tivemos um pai do RJ como palestrante. TODOS desidrataram de chorar com a força, coragem e luta deste homem. Meu ápice de admiração. Mais que qualquer profissional de renome (sem desmerecê-los, obviamente!), mais que toda a teoria dos livros e pesquisas científicas. Um exemplo de história e vida.
Quem tiver interesse na história dele é só joga rno google "Ulisses da Costa Batista".

Por hoje é só, pessoal. Agradeço os milhaaares de comentários de todos os marocas que por aqui passam e me estimulam a continuar falando com as paredes :)

3 comentários:

  1. Oi Jose depois de nossa conversa de ontem ja amanheci procurando teu blog pra ler seus textos fiquei emocionanda com suas colocações a cerca do autismo e do seu comprometimento com a causa que precisa tanto de pessoas de carater como vc, tenho plena certeza que no bebe ( Gui) é feliz principalmente porter vc como mãe dedicata, estudiosa e guerreira um beijo e parabéns pelos textos e seus conteúdos

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  2. Muito interessante os seus textos,não tenho ligação direta com autistas,tenho um irmão mas não moramos perto,vejo ele apenas 2 vezes ao ano. conheci seu blog através de um dos seus seguidores e te digo, o que você já deve saber, não ligue para comentários ou apoio, está compartilhando seu conhecimento para quem interesar.Mas a frente você vai olhar para tudo isso e saber que você se esforçou e lutou para que o seu e muitos outros filhos tenham uma vida digna e sem preconceitos.

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  3. Sei q vc tava com saudade dos MEUS comentários....shuashausa
    Amiga, não espere reconhecimento humano, fala por vc, pelo Gui, pela sua família....o verdadeiro reconhecimento vem de Deus, e tenho certeza q ele tem cuidado de vc, do Gui, do Rogério de maneira especial....

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