quarta-feira, 22 de junho de 2011

Mensalidade

A pessoa passa um mês sem postar e voltar com a maior cara de paisagem como se nada tivesse acontecido, né?
A verdade é que quando não falta ânimo, falta novidade e vice versa.
Tenho recebidos alguns emails de pessoas querendo trocar/receber informações, dúvidas acerca do autismo enquanto definição, esclarecimento sobre os primeiros passos e etc. Acho ótimo, pois pratico e aprendo bastante com cada um, assim como busco também ajuda quando me sinto perdida.
Qualquer situação especial de um filho, assola a família... e assim como todo luto, cada um reage de uma forma, mas nem de longe é fácil, por maior esclarecimento e aceitação que se tenha.
O princípio é a pior fase. Depois de finalmente estabelecida uma rotina, adquirimos mais força, definimos prioridades, mas como toda situação inesperada, volta e meia gera um novo luto difícil de admitir, de sentir, de expressar e culpa por tudo isso.
Da suspeita quase certeira do diagnóstico até hoje (calculemos aí um ano), perdi a conta de quantos Kg adquiri, uma forma de compensação e uma das fontes de prazer nessa rotina atribulada e tão cheias de altos e baixos em um intervalo que pode durar apenas meia hora.
E vejam bem, não estou reclamando, estou apenas pontuando. O objetivo não é uma competição de sofrimentos, e menos ainda aquisição de pena, trata-se apenas de deixar claro PRINCIPALMENTE às pessoas que me procuram, que por mais que eu pareça mega forte-animada-serelepe-bem resolvida, é NORMAL ter momentos down, é NORMAL sentir culpa, é NORMAL ser HUMANO. E somente o entendimento, a prática da paciência, o estudo, a troca de experiências e a luta diária que pode nos fortalecer a a cada dia saber lidar melhor com o diagnóstico e suas nuances tão claras, animadoras e algumas vezes, constrangedoras.
É importante aprender a lidar com cada ponto, e isso demanda TEMPO.
Já consigo domar um pouco  minha chateação nos acessos de birra e comportamentos inadequados, mas muita coisa ainda me sinto perdida e me preocupa ao que tange a independência do pequeno. No momento, o desfralde tem me afligido. Leio demais e não entro em nenhum acordo comigo mesma sobre qual a melhor tática... e pra falar a verdade, nem o troninho providenciamos ainda. Às vezes acho que a resistência é mais minha com medo do processo e sua duração, do que dele de fato a se acostumar.
Outro ponto é a odontologia. Quero cuidar dos dentinhos dele junto ao profissional desde cedo, mas ONDE, COMO E COM QUEM? Não conheço profissional especializado em atendimento de crianças especiais, e menos ainda de autistas. Se cortar o cabelo é um dos maiores pesadelos da vida, como dar conta de um consultório dentário?
(Se alguém conhecer, fica a dica pra deixar um comentário, virar CHapolim Colorado e agir em nossa defesa =D)
No mais, estamos caminhando a passos de acordo com o tempo do pequeno na fono e terapia comportamental em consultório pelas profissionais, e em casa pela mamae profissional (santo de casa TENTANDO fazer milagre).
Obrigada por quem sempre passa por aqui, e desculpe a demora nos posts :)
Beijo!