quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Conferência

Esses dias estou sem tantas novidades e resoluções, mas nada esfriou não, é correndo atrás mesmo!
Antes de ontem assisti uma conferência via internet com a Profª Marly Carvalho, que ensina na AMA (link à direita do blog).
O tema foi "O autismo da infância à vida adulta", e tive o prazer de uma hora de duvidas esclarecidas, pontos nunca encontrados em sites bem explicados, técnicas próprias para lidar com a criança autista e pontos importantes da convivência.
No intervalo podíamos mandar perguntas, e sinceramente foi muito rica em todos os sentidos.
Além do blog tenho um caderno o qual usava para falar do desenvolvimento do Guilherme, e agora virou meu lugar de apoio para especializar-me no tema e fazer considerações relevantes.
Conheci também esses dias via "ovo São Luís" uma mãe jovem, preocupada e pedindo orientações acerca do autismo para identificação em seu filho de 3 anos. A conversa com pessoas "do mesmo mundo" flui de uma forma muito bacana e sincera. Sem dó, sem preconceitos arraigados e com muita troca.
Voltando à palestra, MUITA GENTE tem me pedido informações a nível apenas de conhecimento e saber lidar com crianças autistas, ou que convivem com o Gui e têm interesse em saber como acontece e qual a melhor forma de lidar com ele, já que a abordagem não é a mesma usada com crianças sem autismo (me recuso à nomenclatura "normal"...o Gui não é Anormal!).
Dessa forma, seguem algumas dicas que considerei importantes em geral, e espero que façam proveito!

1- Falar pouco, explicado, articuladamente e evitando estender-se. Dar prioridade aos verbos e substantivos. As adjetivações e excessos confundem crianças com autismo;
2- Sempre buscar o olhar da criança ao falar. Por mais difícil que isso pareça, se você se tornar o foco da criança, ela lhe olhará;
3- Agir muito mais que falar. As ações, gestos próximos e olho no olho surtem mais efeitos que um texto caprichado;
4- Alguns autistas podem aprender sem necessariamente adquirir a fala. Trabalham melhor com associação de figuras e atividades;
5- Se a criança não lhe olha, não é por não gostar de você ou simplesmente ser antissocial, talvez você ainda não seja o foco de interesse dela. Tente fazê-la rir, cócegas, correr atrás, brincar de "cadê?ACHOU!", ou qualquer coisa que lhe prenda. Mas prepare-se: ela pedirá mil vezes a mesma coisa. Faz parte dos processos repetitivos os quais se apegam.
6- Existem vários níveis de autismo, desde o severo ao mais leve e ainda os que têm Síndrome de Asperger (ja falado aqui no blog) e esses dois últimos têm grande possibilidades de desenvolvimento, autonomia e menor comprometimento, desde que tratados precoce e adequadamente;
7- Não grite com crianças autistas. Elas possuem uma sensibilidade extrema à barulhos, podendo até entrar em crise de auto agressividade;
8- Idem acima para o NÃO e ao toque forçado.

Beijos

Um comentário:

  1. a melhor parte é que tu ja trabalhavas com ele o nao dizer NÃO sem saber :)

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